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POESIA

| POLIVOX

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       Polivox é um experimento investigativo da linguagem, assumindo a vida como a mais agressiva das artes. Ocorre a frequente mudança de tom, desenvolvendo códigos, estilos e escolas - dos haicais, passando pela poesia medieval e desaguando no barroco. O poema se assemelha a um bazar de ideias, um objeto inconcluso, instável. A página tem as oscilações de um gráfico cardíaco. Os hipertextos captam os ruídos em tempo real. A linguagem é sempre interrompida, cindida por demandas externas e distrações. Qualquer tema pode ser aproveitado pela poesia - essa é a tese, o desafio proposto. "Cada memória esgota-se ao mesmo tempo em que ocorre." Lopes se enraíza na percepção, instaurando um épico da fala contemporânea.

Fabrício Carpinejar
(jornal Rascunho, junho de 2003)

 

 

 

       Talvez o que esteja em crise seja a própria busca do lirismo. Rodrigo enfrenta essa crise com determinação e talento. Se há tropeços, isso se deve à persistência do poeta, que não fugiu do terreno minado. Não é fácil dominar várias vozes, afiná-las todas. Mas esquivar-se da empreitada é permitir que a poesia seja apenas - citando um dos bons poemas de Polivox - sexo, mentiras e, o que é pior, videoteipe.

 

Nelson de Oliveira
(em "O Novo Lirismo Contemporâneo" (O Globo, 19/08/ 2002)

 

 

 

 

       Polivox reinventa o mundo, o seu mundo, pelas linguagens. Esteta de instrumentos afiados, Rodrigo Garcia Lopes, distende o tecido-vida, na transitoriedade imposta pelos signos/símbolos da época em que vivemos. Uma premissa, a maior: ser acima de tudo contemporâneo. O poeta não abre mão do seu tempo e a realidade que vive e conhece.

Jairo Batista Pereira
(em revista Zunái, 2003)

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