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TRADUÇÕES

| ARIEL

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       Sylvia Plath se suicidou em Londres em 11 de fevereiro de 1963. Tinha apenas 30 anos. A safra de poemas de altíssima qualidade e dicção inconfundível que ela nos legou nos últimos doze meses de vida resultaria num clássico da poesia contemporânea: Ariel (1965). Editado por seu marido, o poeta inglês Ted Hughes, o livro revelava a intensidade e beleza de seu gênio poético, interrompido no auge de sua carreira.

      O que os leitores não sabiam é que o Ariel publicado em 1965 era sensivelmente diferente do volume idealizado originalmente pela autora. Sylvia Plath, sempre detalhista com seus livros, havia deixado, caprichosamente organizado, o manuscrito de Ariel pronto para publicação. Ted Hughes eliminou do arranjo original treze poemas que considerou "pessoalmente agressivos", e incluiu outros 13, a maioria escritos em 1963, semanas antes de seu suicídio, além de mudar a sequência, mutilando o Ariel original.

      Só em dezembro de 2004 o público pôde conhecer enfim a edição original deixada por Plath: Ariel: Edição Restaurada, lançada simultaneamente na Inglaterra e Estados Unidos. Mais importante, o volume traz o fac-símile do livro original, conforme organizado e datilografado pela própria autora. A presente edição coloca os originais datilografados lado a lado com a transcriação para o português, reconstituindo a obra-prima de Plath no ponto exato em que ela a deixou.

      Sylvia Plath foi uma artista da palavra em período integral, mais que meramente a poeta "suicidada pela sociedade". Estes versos ficaram como prova definitiva de sua genialidade poética - de uma escritora exímia, que foi capaz de criar, como poucos, música com a linguagem.

 

 

Rodrigo Garcia Lopes

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